
Introdução
A automação de processos deixou de ser apenas uma tendência: tornou-se uma prioridade estratégica para empresas que buscam eficiência operacional, redução de custos e ganho de competitividade. Segundo o relatório The Future of Work After COVID-19, do McKinsey Global Institute (2021), aproximadamente 60% das ocupações no mundo têm pelo menos 30% de suas atividades com potencial de automação, considerando as tecnologias já disponíveis.
Além disso, de acordo com a Gartner, até 2025, cerca de 70% das empresas globais terão implementado alguma forma de automação inteligente para otimizar processos operacionais e melhorar a produtividade.
No entanto, muitas organizações ainda operam com processos manuais, sujeitos a erros operacionais, retrabalho e ineficiência na gestão de recursos. Essa realidade não apenas consome tempo e dinheiro, mas também compromete a capacidade de resposta frente às demandas do mercado.
Se você sente que sua equipe gasta mais tempo corrigindo problemas do que gerando valor estratégico, este artigo é para você.
Aqui, vamos explorar:
- O que significa, na prática, automatizar processos dentro da sua organização;
- Quais benefícios tangíveis você pode esperar — da redução de erros ao aumento da produtividade;
- Como dar os primeiros passos de forma estruturada e com foco em ROI (Retorno sobre o Investimento);
- E os erros mais comuns que você deve evitar para garantir o sucesso da iniciativa.
Ao final da leitura, você terá uma visão clara e embasada para tomar decisões assertivas sobre como e por onde começar a automatização dos seus processos.
O Que é Automação de Processos?
Definição objetiva e técnica
Automação de processos é o uso de tecnologias para executar tarefas, fluxos de trabalho e operações de forma automática, com mínima intervenção humana. Na prática, significa substituir atividades repetitivas e manuais por sistemas digitais que seguem regras pré-definidas, garantindo padronização, agilidade e rastreabilidade.
Essa prática faz parte de um conjunto maior de estratégias conhecidas como automação empresarial e Business Process Management (BPM). Seu objetivo central é melhorar a eficiência operacional, reduzir erros humanos e facilitar o monitoramento de indicadores de desempenho.
Segundo a Gartner, empresas que automatam seus fluxos de trabalho internos conseguem reduzir o tempo de execução em até 30%, além de melhorar a conformidade com políticas internas e simplificar auditorias.

Exemplos práticos por setor
Exemplo na Indústria: Inspeção de Qualidade Automatizada
No setor industrial, a automação de processos transforma etapas críticas como a inspeção de qualidade. Em vez de realizar checklists de forma manual, os operadores passam a utilizar sistemas integrados com sensores IoT, que coletam dados em tempo real. Dashboards automatizados mostram rapidamente qualquer não conformidade, permitindo ações corretivas imediatas e evitando desperdícios.
Exemplo em Serviços: Fluxos de Aprovação
Em empresas de serviços, a automação de fluxos de aprovação internos é um ganho rápido e visível. Por exemplo: processos de validação de orçamentos ou aprovações de projetos, que antes dependiam de e-mails e planilhas, agora podem ser gerenciados por plataformas de workflow digital. Com isso, os responsáveis recebem notificações automáticas, os prazos ficam claros e a rastreabilidade é garantida.
Exemplo Administrativo: Processo de Compras
Na área administrativa, a automação de processos de compras gera impactos diretos na redução de custos e no controle de compliance. Do cadastro de requisições até a emissão de pedidos, todas as etapas podem ser digitalizadas com regras configuráveis. Isso evita erros de digitação, atrasos de aprovação e aumenta a visibilidade para auditorias futuras.
Principais Benefícios: De Redução de Erros a ROI Mensurável
Adotar a automação de processos vai muito além de simplesmente digitalizar tarefas. Trata-se de uma mudança estrutural que gera impactos concretos em diferentes áreas da operação — da redução de falhas até o aumento da eficiência operacional e da rentabilidade.
Redução de erros operacionais
Erros humanos são uma das principais causas de ineficiências nas organizações. Processos manuais dependem de atenção contínua e são altamente suscetíveis a falhas por distração, falta de padronização ou sobrecarga de trabalho.
Com a automação, tarefas repetitivas passam a ser executadas por sistemas que seguem regras pré-definidas, o que praticamente elimina a ocorrência de erros operacionais. Segundo o relatório “Automation with Intelligence 2021”, da Deloitte, empresas que implementaram soluções de automação de tarefas repetitivas reportaram uma redução média de 25% a 40% nos erros processuais.
Ganho de produtividade
Ao automatizar atividades de baixo valor agregado, as equipes podem redirecionar o tempo antes gasto em tarefas operacionais para funções mais estratégicas. Isso significa mais foco em análise, tomada de decisão e projetos de melhoria.
De acordo com a Forrester Research, organizações que adotam automação de fluxo de trabalho observam, em média, um aumento de até 30% na produtividade das equipes envolvidas, conforme aponta o estudo The Total Economic Impact™ of Workflow Automation.

Economia de custos
Menos erros e maior produtividade se traduzem diretamente em eficiência operacional e redução de custos. Com a automação, as empresas também economizam com retrabalho, desperdícios de materiais e tempo improdutivo.
Além disso, a capacidade de escalonar processos sem precisar aumentar proporcionalmente o número de colaboradores gera economia em longo prazo, fortalecendo o case de ROI (Retorno sobre o Investimento).
Rastreabilidade e facilidade de auditoria
Soluções de automação modernas oferecem dashboards, logs de atividades e trilhas de auditoria completas, facilitando o acompanhamento de cada etapa do processo. Isso é fundamental para áreas que precisam atender a normas regulatórias ou realizar auditorias internas com frequência.
A conformidade (compliance) também se torna mais simples, já que todas as ações ficam devidamente documentadas no sistema.
Retorno sobre investimento (ROI)
Um dos maiores argumentos a favor da automação é a capacidade de comprovar o ROI com base em indicadores claros e objetivos. Entre os KPIs mais usados para medir o impacto das iniciativas de automação, destacam-se:
- Tempo de ciclo (Lead Time);
- Taxa de erro antes e depois da automação;
- Custo por transação/processo;
- Índice de produtividade por colaborador.
Plataformas com dashboards integrados permitem acompanhar esses KPIs em tempo real, facilitando a comunicação de resultados para o board e demais stakeholders.
Como Começar a Automatizar Processos na Prática
Implementar a automação de processos com sucesso exige mais do que escolher uma ferramenta. Trata-se de um projeto estratégico que passa por diagnóstico, planejamento, execução em etapas e melhoria contínua. Veja o passo a passo recomendado:
Diagnóstico inicial: Identificação de gargalos
O primeiro passo é mapear os processos internos e identificar os principais gargalos operacionais que impactam a eficiência operacional. Algumas abordagens eficazes incluem:
- Análise de tempos de ciclo (Lead Time);
- Levantamento de pontos com maior índice de erros ou retrabalho;
- Entrevistas com equipes operacionais para entender as dificuldades práticas do dia a dia.
Ferramentas como mapeamento de processos e BPMN (Business Process Model and Notation) ajudam a visualizar fluxos críticos antes de qualquer intervenção tecnológica.
Definição de objetivos claros
Com os gargalos identificados, é hora de estabelecer metas objetivas e mensuráveis, que estejam alinhadas aos indicadores de desempenho da empresa. Exemplos comuns:
- Reduzir o tempo de aprovação de pedidos de compra em 50%;
- Diminuir a taxa de retrabalho em 30%;
- Melhorar a velocidade de atendimento de solicitações internas.
Definir metas claras orienta melhor a escolha das ferramentas e facilita a mensuração do sucesso da automação.

Escolha das ferramentas de automação
A etapa seguinte envolve selecionar a tecnologia adequada. Os principais critérios incluem:
- Custo total de propriedade (TCO);
- Facilidade de integração com sistemas existentes (ERP, CRM, etc.);
- Escalabilidade para atender diferentes áreas;
- Usabilidade, especialmente para equipes sem perfil técnico.
Entre as tecnologias mais utilizadas estão:
- BPM (Business Process Management);
- RPA (Robotic Process Automation);
- Plataformas de workflow low-code, como a própria Quiker, que oferecem rapidez de implementação e flexibilidade.
Padronização de processos
Antes de automatizar, é essencial garantir que os processos estejam padronizados e bem documentados. Automatizar um fluxo mal desenhado pode amplificar ineficiências.
Passos recomendados:
- Criar fluxogramas simples;
- Definir papéis e responsabilidades;
- Revisar políticas internas e regras de negócio.
Esse cuidado é um dos pilares da otimização de processos dentro de uma estratégia de transformação digital.
Implementação em etapas
Adotar uma abordagem gradual aumenta as chances de sucesso. Comece com projetos piloto, focando nos processos mais críticos ou com maior potencial de ganho rápido.
Segundo um estudo da McKinsey, empresas que adotam uma implementação em fases têm até 40% mais chance de alcançar ROI positivo em até 12 meses.
Cronograma básico sugerido:
- Escolha do processo piloto;
- Configuração inicial da ferramenta;
- Treinamento das equipes envolvidas;
- Período de testes;
- Análise de resultados e ajustes antes da expansão.
Monitoramento e melhoria contínua
Depois de implementar, é fundamental criar rotinas para monitorar os KPIs e buscar melhoria contínua.
O uso de dashboards de desempenho, indicadores de produtividade e ferramentas de business analytics permite ajustes em tempo real. A filosofia Kaizen, focada em pequenas melhorias constantes, pode ser um diferencial para garantir o sucesso a longo prazo.
Erros Comuns na Automação de Processos e Como Evitá-los
Automatizar processos pode gerar grandes ganhos, mas também traz riscos quando feito sem planejamento adequado. Abaixo, listamos os erros mais comuns cometidos por empresas ao iniciar projetos de automação — e como evitá-los.
Escolha precipitada de ferramentas
Um dos erros mais frequentes é selecionar uma ferramenta apenas com base em custo ou modismos de mercado, sem antes entender as reais necessidades da operação.
Solução:
Antes de escolher qualquer solução tecnológica, realize um diagnóstico aprofundado. Avalie os requisitos técnicos, a capacidade de integração com sistemas existentes e o nível de usabilidade para os diferentes perfis de usuários.
Segundo a Forrester Research, 60% das falhas em projetos de automação estão relacionadas a escolhas inadequadas de ferramentas, principalmente por falta de alinhamento com os processos internos.
Falta de adesão da equipe
Não adianta ter a melhor tecnologia se as pessoas que vão utilizar o sistema não estiverem engajadas. A resistência ao uso de novas ferramentas é uma das principais barreiras à adoção da automação.
Solução:
Invista em gestão da mudança, treinamento e comunicação clara dos benefícios. Envolva as equipes desde as fases iniciais do projeto e valorize o feedback dos usuários finais.
Ausência de governança e acompanhamento
Muitas empresas implementam a automação, mas não estabelecem rotinas de monitoramento. Isso resulta em perda de controle sobre os processos e dificuldade em medir os resultados.
Solução:
Defina desde o início indicadores-chave de desempenho (KPIs) para acompanhar a evolução da automação. Crie ciclos regulares de revisão e melhoria, com responsáveis claros pela governança do processo.
A Gartner destaca que projetos com governança estruturada têm até 50% mais chance de atingir os objetivos planejados, especialmente quando contam com dashboards integrados para monitoramento em tempo real.
Automatizar processos ruins (sem revisão prévia)
Automatizar um processo ineficiente só vai ampliar os problemas existentes. Esse é um erro crítico que afeta tanto o desempenho quanto a aceitação do projeto pela equipe.
Solução:
Antes de qualquer implementação, revise, simplifique e padronize os processos. Use metodologias como Lean ou Six Sigma para eliminar desperdícios antes de levar o fluxo para uma plataforma automatizada.

Exemplos de Sucesso: Antes e Depois da Automação
Nada melhor do que visualizar o impacto real da automação de processos através de casos concretos. A seguir, apresentamos três cenários típicos que ilustram como a automação pode melhorar a eficiência operacional, reduzir erros e aumentar a produtividade.
Caso 1: Redução de retrabalho
Antes da automação:
Uma área de atendimento ao cliente enfrentava alto índice de retrabalho devido a falhas no preenchimento de formulários e perda de informações no fluxo de atendimento. Isso gerava insatisfação dos clientes e aumento nos custos operacionais.
Depois da automação:
Com a adoção de um workflow digital e validação automática de campos obrigatórios, a empresa alcançou uma redução de 30% no retrabalho em apenas três meses. Além disso, os tempos de resposta ao cliente melhoraram em 25%, impactando diretamente os indicadores de satisfação e a eficiência operacional.
Caso 2: Melhoria no tempo de aprovação
Antes da automação:
O processo de aprovação de pedidos de compra envolvia trocas extensas de e-mails entre diferentes departamentos, com uma média de 12 dias para concluir cada solicitação.
Depois da automação:
Com a implementação de uma solução de Business Process Management (BPM), incluindo regras de aprovação automatizadas, o tempo de processamento caiu para 5 dias, representando uma redução de 58% no lead time.
Fonte: Caso baseado em benchmarks de mercado de empresas do setor automotivo.
Caso 3: Aumento da produtividade da equipe
Antes da automação:
Uma equipe administrativa conseguia concluir, em média, 20 tarefas por dia, incluindo lançamentos de pedidos, atualizações de sistema e follow-ups manuais.
Depois da automação:
Com a adoção de Robotic Process Automation (RPA) para tarefas repetitivas, a equipe passou a realizar 35 tarefas por dia, representando um aumento de 75% na produtividade.
Esses ganhos impactaram diretamente a eficiência operacional e contribuíram para a transformação digital da organização.
Nota: Os exemplos acima são inspirados em benchmarks de mercado, incluindo estudos publicados por consultorias como Gartner e Forrester Research. Para uma análise detalhada de casos reais, consulte os relatórios disponíveis nos sites dessas instituições.
Perguntas Frequentes sobre Automação de Processos
Para ajudar na tomada de decisão, reunimos as dúvidas mais comuns entre gestores e profissionais que estão considerando investir em automação de processos.
Quanto custa implementar uma solução de automação?
O custo pode variar bastante dependendo da complexidade dos processos, da quantidade de usuários envolvidos e da tecnologia escolhida. Existem desde soluções de workflow low-code, com planos acessíveis por assinatura, até projetos mais robustos com RPA ou BPM corporativo.
Dica:
Avalie o Custo Total de Propriedade (TCO), considerando não só o valor da ferramenta, mas também custos com implementação, treinamento e manutenção.
Qual o prazo médio para ver resultados?
Em média, os primeiros ganhos de eficiência operacional e redução de erros aparecem entre 3 a 6 meses após a implementação inicial. Projetos que começam com um piloto bem definido tendem a apresentar ROI mensurável mais rapidamente.
Como integrar a automação com outros sistemas existentes?
A maioria das plataformas modernas oferece APIs, conectores prontos ou integrações nativas com sistemas como ERP, CRM, ou ferramentas de Business Intelligence (BI).
Antes de contratar qualquer solução, é fundamental validar a compatibilidade com o seu stack atual de tecnologia.
É necessário ter uma equipe de TI dedicada?
Depende da solução escolhida. Ferramentas low-code ou no-code são desenvolvidas para permitir que áreas de negócio configurem fluxos sem depender fortemente da TI.
No entanto, para projetos mais complexos ou com necessidade de integração avançada, o envolvimento da TI será essencial para garantir segurança, escalabilidade e governança.
Como medir o sucesso da automação?
O sucesso é geralmente medido através de KPIs como:
- Redução de lead time;
- Diminuição da taxa de erros;
- Aumento de produtividade por colaborador;
- Redução de custo por processo.
Ter um dashboard de acompanhamento desde o início ajuda a monitorar os impactos e justificar os resultados para o board.
Existe risco de perder empregos por causa da automação?
A automação não substitui pessoas — ela substitui tarefas repetitivas e de baixo valor agregado. O objetivo é liberar as equipes para focarem em atividades mais analíticas, criativas e estratégicas.
Segundo a McKinsey, empresas que investem em automação de forma planejada tendem a realocar os colaboradores para funções de maior impacto, criando novas oportunidades internas.
Conclusão + Próximos Passos
A automação de processos já não é uma opção futurista — é uma necessidade estratégica para empresas que buscam eficiência operacional, redução de custos e resultados comprováveis. Ao longo deste artigo, vimos como a automação pode:
- Reduzir erros operacionais;
- Aumentar a produtividade da equipe;
- Melhorar a rastreabilidade e a conformidade (compliance);
- Gerar ROI mensurável em curto e médio prazo.
Também exploramos os passos práticos para iniciar sua jornada de automação e os principais erros que podem comprometer o sucesso do projeto.
Se sua empresa ainda enfrenta retrabalho, falta de visibilidade sobre os processos ou dificuldade para provar o impacto das iniciativas, talvez seja hora de dar o próximo passo.
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