Inovação com ROI ou Nada: Por Que “Defender o Core” Virou a Nova Fronteira da Inovação em 2025


Com 49% dos executivos preparando cortes orçamentários em 2025 e 2026, a narrativa de inovação como vetor de disrupção transformacional começa a ceder espaço para outra realidade: a inovação como alavanca de eficiência pragmática.

A lógica é simples mas implacável: sem caixa, não há disrupção. Empresas em todos os setores enfrentam uma combinação inédita de pressões simultâneas: custos crescentes, risco regulatório elevado, retração no consumo e expectativas cada vez mais imediatas por retorno.

Nesse novo normal, “defender o core” se tornou o novo mantra de inovação nas salas de conselho. Não por conservadorismo, mas por sobrevivência estratégica.


2025: A Tempestade Perfeita para Margens e Crescimento

A conjuntura macroeconômica de 2025 é, em muitos aspectos, a mais desafiadora desde a crise financeira global de 2008. E desta vez, a tormenta vem de múltiplas direções ao mesmo tempo.

Segundo o World Bank Global Economic Prospects, o crescimento global deve atingir apenas 2,7% entre 2025 e 2026 , o menor patamar em mais de três décadas. A FMI, em seu World Economic Outlook, já alerta para riscos de desaceleração prolongada em mercados centrais, com impacto direto na demanda industrial e nos investimentos.

Mas o risco mais citado pelos líderes empresariais não é econômico, é geopolítico.

O WEF Global Risks Report 2025 classificou o “conflito armado entre Estados” como o maior risco imediato à estabilidade global. Essa percepção é reforçada pelo BlackRock Geopolitical Risk Indicator (BGRI), que permanece em níveis persistentemente elevados, impulsionado por tensões no Indo-Pacífico, instabilidade no leste europeu e crescente pressão sobre cadeias de suprimento globais.

Esse ambiente de desconfiança, retração e vigilância orçamentária tem efeitos diretos nas agendas dos CFOs e dos boards. O foco muda de “crescer a qualquer custo” para “sobreviver com margem”. E isso muda tudo.

63% dos CFOs britânicos afirmam que o corte de custos é hoje sua principal prioridade, segundo o Deloitte CFO Survey Q1-25. Globalmente, 59% dos CFOs compartilham a mesma visão, conforme o PwC Pulse CFO Insights. E mais: 69% optam por ações cirúrgicas de redução para proteger rentabilidade, segundo o programa Deloitte MarginPLUS.

Na prática, isso significa repensar estrutura, automatizar rotinas, simplificar operações e capturar ineficiências latentes. Ou, como diria um CIO entrevistado pela McKinsey: “O que antes era inovação para crescer, agora é inovação para não afundar.”

O Que Significa “Defender o Core”

Defender o core não é o mesmo que encolher. Tampouco se trata de uma postura reativa. Trata-se de uma estratégia deliberada de racionalização e priorização onde as empresas concentram energia e capital em suas competências essenciais, eliminando dispersões que drenam caixa sem gerar retorno proporcional.

O termo ganhou força com a BCG, especialmente em suas análises do setor de telecomunicações. Em um de seus relatórios, a consultoria define o conceito como “blindar as atividades essenciais do negócio com ganhos de eficiência e reinvestimento disciplinado”.

Na prática, isso significa fazer menos mas melhor.

Vários movimentos recentes ilustram essa abordagem. Um dos mais emblemáticos veio da Intel, que em 2024 anunciou a venda de sua unidade de negócios NEX (Network and Edge), responsável por soluções de conectividade. A justificativa? Foco radical em semicondutores e inteligência artificial, áreas consideradas core para o crescimento futuro.

Segundo o CEO da companhia, a decisão visava “fortalecer o portfólio e liberar capital para reinvestimentos estratégicos”.

Essa lógica também se aplica internamente. Muitas empresas estão redesenhando estruturas, revisando catálogos de produtos, simplificando processos de supply chain e reduzindo o número de iniciativas paralelas. O objetivo não é apenas cortar é aumentar a densidade de retorno sobre cada real investido.

E é aí que a inovação reaparece. Não mais como sinônimo de novos produtos disruptivos, mas como um instrumento para eliminar redundâncias, automatizar tarefas e amplificar resultados com menos recursos.

Essa transição é fundamental para entender o novo ciclo de investimento em inovação em 2025: um ciclo de eficiência, não de expansão.

Inovação Focada em Eficiência: O Novo Normal Corporativo

A narrativa tradicional de inovação, centrada em produtos inéditos, tecnologias emergentes e modelos de negócio revolucionários, ainda existe. Mas em 2025, ela divide espaço com um novo arquétipo: a inovação como ferramenta de eficiência operacional imediata.

Empresas líderes estão reconfigurando seus programas de inovação para gerar valor no curto prazo, reduzindo OPEX, cortando desperdícios e acelerando ganhos de produtividade.

Um exemplo concreto vem do setor bancário. O Westpac, um dos maiores bancos da Oceania, iniciou em 2024 um programa de simplificação digital com metas ambiciosas. Em menos de 12 meses, a instituição realizou 1.500 cortes operacionais, muitos deles mapeados a partir de ideias originadas por seus próprios colaboradores.

As iniciativas iam desde automatizações simples em back-office até a substituição de softwares redundantes, passando por ajustes em jornadas de atendimento digital que reduziram em 22% o tempo médio de resolução.

O mais relevante? Todo o programa foi construído sobre uma plataforma de ideias direcionadas — ou seja, desafios específicos lançados para equipes que já operavam “no campo de batalha”. O resultado foi um funil de soluções com alto grau de aplicabilidade e retorno comprovado.

Esse movimento não é isolado.

Segundo dados de mercado, os programas mais eficazes em 2025 compartilham três características:

  1. Foco em ganhos de curto prazo: A prioridade são ideias com payback inferior a 12 meses, alinhadas às metas de EBITDA, OPEX e produtividade.
  2. Cocriação com as áreas operacionais: Engajar quem está na ponta aumenta a qualidade das soluções — e reduz a resistência à mudança.
  3. Plataformas com rastreabilidade de ROI: Cada ideia aprovada passa por um processo estruturado de validação, prototipagem e mensuração, garantindo clareza sobre o impacto financeiro.

Nesse contexto, ferramentas como as da Quiker tornam-se aliadas essenciais. Elas permitem estruturar, priorizar e escalar ideias de eficiência com agilidade e governança, atributos cruciais quando o tempo e o caixa são os ativos mais escassos da organização.

Checklist para Líderes: Como Capturar Eficiência no Core

Transformar inovação em eficiência não exige revolução — exige método. A seguir, um checklist acionável para CEOs, CFOs, COOs e CIOs que desejam desbloquear valor operacional com velocidade e precisão:

1. Mapear ineficiências no core

O primeiro passo é identificar onde a organização mais perde margem. Isso envolve uma análise granular de processos críticos, custos fixos, retrabalhos, desperdícios e gargalos operacionais. Ferramentas de process mining e auditorias internas podem ajudar a visualizar onde a fricção é maior — e onde pequenas melhorias podem gerar grandes ganhos.

Dica: Priorize áreas com alto impacto em OPEX e baixa complexidade de intervenção.


2. Priorizar “quick wins” com payback ≤ 12 meses

Iniciativas com retorno rápido são essenciais para manter o engajamento e liberar caixa para ciclos subsequentes. Um bom programa de ideias deve conter um pipeline balanceado entre melhorias incrementais e apostas mais ousadas — mas o foco inicial deve ser no que gera resultado agora.

Exemplo: Automatizar tarefas manuais que consomem horas-homem recorrentes; renegociar contratos pouco utilizados; consolidar sistemas duplicados.


3. Reinvestir 30–40% das economias em automação & analytics

Eficiência não é fim — é meio. Empresas mais bem-sucedidas em 2025 estão realocando parte dos ganhos obtidos em automação de processos, inteligência de dados e upskilling de talentos operacionais. Isso garante um ciclo virtuoso: eficiência gera caixa → caixa habilita modernização → modernização amplia eficiência.

Insight: Organizações que reinvestem disciplinadamente tendem a escalar seus ganhos exponencialmente nos ciclos seguintes.


4. Medir margens pós-projeto com precisão

Nada valida mais um programa de eficiência do que indicadores sólidos. Use métricas como EBITDA ajustado, redução de OPEX por área, tempo de ciclo e ganhos de produtividade por FTE para mensurar impacto. O acompanhamento contínuo — com dashboards executivos — transforma ganhos pontuais em inteligência replicável.

Ferramentas como a Quiker oferecem rastreabilidade total do ciclo da ideia à implementação, com indicadores integrados às metas financeiras da empresa.


Esse checklist não substitui estratégia, mas direciona a ação. Ele ajuda a transformar a cultura de inovação em disciplina de eficiência contínua — condição essencial para empresas que precisam fazer mais com menos.

Conclusão: Eficiência Hoje, Transformação Amanhã

Em 2025, inovar deixou de ser sinônimo de apostar no desconhecido. No novo ciclo empresarial, inovar é racionalizar, simplificar e focar — especialmente quando margens estão espremidas e os riscos externos não dão trégua.

A defesa do core não é um retrocesso, mas sim um reposicionamento inteligente de capital e energia. Empresas que primeiro otimizam seus processos, reequilibram seus custos e recuperam sua capacidade de investimento estão criando as condições estruturais para ousar quando o ciclo virar.

Mais do que nunca, os boards buscam resultados tangíveis. E a inovação voltada à eficiência entrega exatamente isso: ROI rápido, aumento de margem, engajamento interno e inteligência operacional.

A Quiker está posicionada para ser a plataforma estratégica desse movimento.

Com tecnologias que identificam, priorizam e escalam ideias de impacto, a Quiker ajuda empresas a estruturar programas de inovação com foco direto em eficiência e geração de caixa — tudo com rastreabilidade, governança e agilidade.

Em tempos de incerteza, quem organiza sua casa primeiro, corre mais longe depois.