Casos reais de inovação de processos: exemplos práticos e lições valiosas

Introdução: quando a inovação de processos deixa o papel e entrega valor

Inovação de processos é um tema recorrente em estratégias corporativas, mas ainda pouco compreendido em sua aplicação prática. Embora muitas organizações reconheçam a importância de revisar seus fluxos e sistemas internos, nem todas sabem como inovar de forma efetiva, mensurável e replicável.

A boa notícia é que há diversos exemplos reais de empresas que aplicaram a inovação de processos com sucesso, enfrentando desafios semelhantes aos de qualquer organização — desde limitações orçamentárias até resistências culturais. Esses casos não apenas inspiram, mas também ensinam: mostram que inovar processos não exige fórmulas mágicas, e sim disciplina, foco em valor e envolvimento das pessoas certas.

Neste artigo, vamos apresentar casos reais de empresas brasileiras e internacionais que conseguiram transformar sua operação por meio da inovação de processos. Analisaremos os objetivos iniciais, as estratégias adotadas, os resultados alcançados e as lições aprendidas em cada jornada.

Além disso, você verá como ferramentas como a Quiker podem ajudar a estruturar essas iniciativas com clareza, organização e mensuração de impacto — permitindo que a inovação deixe de ser pontual e passe a fazer parte da cultura da empresa.

Vamos começar por um dos setores mais desafiadores e regulados: o da indústria aeronáutica.


1. Embraer: inovação de processos na engenharia e no desenvolvimento de aeronaves

A Embraer, uma das maiores fabricantes de aeronaves do mundo, é referência global em inovação — não apenas em seus produtos, mas também em seus processos internos.

Diante do desafio de reduzir o tempo de desenvolvimento de novas aeronaves e garantir conformidade com normas de aviação cada vez mais exigentes, a empresa implementou uma profunda transformação nos seus processos de engenharia e design.

Desafio

Antes da transformação, o processo de desenvolvimento de um novo modelo envolvia múltiplas iterações entre equipes técnicas, custos elevados de prototipagem física e longos ciclos de aprovação regulatória. Havia também necessidade de melhorar a comunicação entre áreas e reduzir retrabalho técnico.

Solução aplicada

A Embraer adotou uma abordagem integrada, baseada em:

  • Digitalização de processos com softwares de modelagem 3D e simulações;
  • Padronização de fluxos com base em boas práticas do setor aeronáutico (Design Organization Approval – DOA);
  • Implantação de plataformas colaborativas para integração de times multidisciplinares.

Essas ações permitiram eliminar redundâncias, reduzir tempo de desenvolvimento e aumentar a rastreabilidade dos dados técnicos, o que também facilitou a interlocução com agências reguladoras.

Resultados

  • Redução significativa no tempo de prototipagem de novas aeronaves;
  • Melhoria na comunicação entre áreas de engenharia, projeto e produção;
  • Otimização do uso de recursos técnicos e humanos;
  • Maior assertividade na entrega de projetos dentro dos prazos e requisitos estabelecidos.

Lições aprendidas

A inovação de processos pode — e deve — ser aplicada mesmo em contextos altamente técnicos e regulados. O segredo está na integração entre tecnologia, padronização e colaboração. Além disso, o apoio da liderança e o envolvimento direto dos profissionais técnicos foram decisivos para o sucesso da transformação.


2. Magazine Luiza: inovação de processos com integração entre canais e foco no cliente

O Magazine Luiza, ou Magalu, é um dos maiores exemplos nacionais de como o varejo pode se reinventar por meio da tecnologia e da inovação de processos. Muito além de modernizar sua presença digital, a empresa reformulou a base operacional e logística para oferecer uma experiência fluida e integrada ao consumidor, tanto no ambiente online quanto nas lojas físicas.

Desafio

O varejo brasileiro enfrentava (e ainda enfrenta) desafios complexos relacionados à logística, tempo de entrega, sinergia entre lojas físicas e e-commerce e à necessidade de responder rapidamente às demandas do consumidor conectado. Para se manter competitivo, o Magalu precisava revisar seus processos de distribuição, atendimento e gestão de pedidos — que antes eram operados de forma fragmentada.

Solução aplicada

A transformação teve como pilares:

  • Implantação de um modelo omnichannel estruturado, onde a jornada do cliente poderia começar em um canal e terminar em outro sem fricções;
  • Criação de centros de distribuição automatizados e regionalizados, permitindo entregas mais rápidas com menor custo logístico;
  • Desenvolvimento interno do LuizaLabs, laboratório de inovação que atua no redesenho de processos e produtos digitais;
  • Integração entre estoques das lojas e do e-commerce para facilitar o “retire na loja” e a entrega expressa.

Além disso, a empresa passou a utilizar inteligência de dados para antecipar demandas e ajustar processos logísticos em tempo real, minimizando perdas e otimizando o uso da estrutura física.

Resultados

  • Redução significativa no tempo de entrega (em alguns casos, para menos de 24 horas);
  • Aumento expressivo da taxa de conversão no e-commerce;
  • Melhoria na eficiência logística e redução de custos operacionais;
  • Maior engajamento do cliente, com NPS (Net Promoter Score) em ascensão;
  • Reconhecimento do Magalu como referência em transformação digital no varejo nacional.

Lições aprendidas

A inovação de processos no varejo não se limita à digitalização — ela depende de integração operacional, reengenharia de fluxos e uso estratégico da tecnologia. Mais importante ainda, o Magalu mostrou que colocar o cliente no centro do processo de inovação é a chave para gerar valor percebido.

Além disso, a criação de um laboratório interno de inovação, como o LuizaLabs, reforça a importância de ter times dedicados à revisão contínua de processos, com liberdade para experimentar, errar e evoluir rapidamente.

3. Unilever: inovação de processos industriais com foco em sustentabilidade e eficiência energética

A Unilever, uma das maiores empresas globais de bens de consumo, é reconhecida por seu compromisso com a sustentabilidade — não apenas em produtos, mas também na forma como opera. Um dos pilares da sua estratégia nos últimos anos tem sido a inovação de processos industriais, especialmente para reduzir consumo de recursos naturais e tornar suas operações mais resilientes e sustentáveis.

Desafio

Com dezenas de fábricas espalhadas pelo mundo, a Unilever buscava reduzir os impactos ambientais de suas operações, especialmente o consumo de água, energia e as emissões de carbono. Além disso, havia pressão para aumentar a eficiência produtiva sem comprometer a qualidade ou a segurança dos produtos.

O desafio era duplo: encontrar soluções tecnológicas e operacionais que otimizassem os processos industriais e, ao mesmo tempo, estivessem alinhadas aos compromissos ESG da companhia.

Solução aplicada

A resposta veio por meio de uma série de iniciativas de inovação nos processos fabris, como:

  • Implementação de sistemas de automação e controle inteligente para monitorar, em tempo real, o consumo de energia e o uso de água;
  • Reaproveitamento de calor gerado em processos para reduzir demanda energética;
  • Digitalização dos fluxos de manutenção e produção, com análise preditiva baseada em dados coletados por sensores IoT;
  • Implantação de plantas-piloto com emissões zero de carbono e uso 100% de fontes renováveis.

Além das inovações técnicas, a Unilever investiu na formação de times multifuncionais de inovação interna, com foco específico em melhoria contínua de processos, sustentabilidade e inovação frugal — conceito que busca soluções de baixo custo com alto impacto.

Resultados

  • Redução de até 30% no consumo de energia em diversas fábricas da América Latina;
  • Economia de milhões de litros de água por ano em unidades que adotaram reaproveitamento de efluentes;
  • Queda significativa nas emissões de gases de efeito estufa em unidades piloto;
  • Aumento da produtividade com menor uso de recursos e menor geração de resíduos;
  • Reforço da reputação da marca junto a consumidores e investidores alinhados a princípios ESG.

Lições aprendidas

A inovação de processos pode — e deve — estar a serviço de objetivos ambientais e sociais. O caso da Unilever demonstra que é possível aliar sustentabilidade à eficiência operacional, desde que haja clareza de propósito, investimento em tecnologia e capacitação das equipes.

Outro ponto importante é a capacidade de testar em pequena escala, medir o impacto e escalar as soluções mais promissoras, criando um ciclo contínuo de inovação industrial.

4. Nubank: inovação de processos com foco em simplicidade, escala e experiência digital

Desde sua fundação, o Nubank se destacou por oferecer uma proposta simples: descomplicar a relação das pessoas com os serviços financeiros. Mas por trás da interface amigável e do atendimento eficiente, há uma estrutura robusta de inovação de processos que sustenta o modelo escalável e digital da empresa.

Desafio

O setor bancário brasileiro era, historicamente, dominado por grandes instituições com processos altamente burocráticos, canais fragmentados e experiências pouco personalizadas. Para competir nesse cenário, o Nubank precisava criar processos extremamente ágeis, seguros e escaláveis, sem abrir mão da personalização e do atendimento humanizado.

Além disso, com o crescimento acelerado da base de clientes, a empresa enfrentava o desafio de manter a qualidade do serviço enquanto automatizava operações complexas, como análise de crédito, validação de identidade, resolução de problemas e compliance regulatório.

Solução aplicada

A inovação de processos no Nubank foi conduzida com base em três grandes princípios: automatização inteligente, design centrado no usuário e cultura de melhoria contínua.

Entre as soluções aplicadas, destacam-se:

  • Automatização completa da abertura de contas, análise de crédito e liberação de produtos, com algoritmos de machine learning que ajustam decisões em tempo real;
  • Integração de canais de atendimento em uma única jornada digital, com chatbots empáticos e transferência fluida para atendimento humano quando necessário;
  • Processos de onboarding e verificação de identidade 100% digitais, com validação por imagem e biometria;
  • Cultura interna orientada a dados e squads multidisciplinares, capazes de testar, ajustar e implementar melhorias em ciclos curtos.

Resultados

  • Crescimento da base de clientes sem aumento proporcional na estrutura de atendimento;
  • Altos índices de satisfação do cliente, com destaque para o NPS consistentemente acima da média do setor;
  • Redução significativa nos custos operacionais por cliente atendido;
  • Agilidade para lançar novos produtos e adaptar processos em resposta a mudanças regulatórias ou de mercado.

Lições aprendidas

O Nubank mostrou que inovar processos é tão importante quanto lançar novos produtos. Ao priorizar simplicidade, automação e experiência do usuário, a empresa conseguiu escalar sem perder sua identidade.

Outro destaque é o uso intensivo de dados e feedbacks dos próprios usuários para identificar gargalos, otimizar fluxos e manter a eficiência operacional mesmo em um cenário de rápido crescimento.

5. Nestlé: inovação de processos com colaboração global e digitalização inteligente

A Nestlé, com presença em mais de 180 países e um portfólio diversificado de marcas, enfrentava um desafio comum a grandes organizações: como padronizar, digitalizar e tornar eficientes seus processos internos em múltiplas unidades de negócio, respeitando contextos locais e mantendo a qualidade global da operação.

O foco da empresa nos últimos anos tem sido acelerar a inovação de processos, com destaque para as áreas de logística, supply chain, compras e desenvolvimento de produtos.

Desafio

A Nestlé operava com múltiplas plataformas, práticas e sistemas legados em diferentes países. Esse cenário tornava difícil a troca de informações, a análise consolidada de dados e a implementação de melhorias com rapidez.

Além disso, havia o desafio cultural: promover uma mudança que integrasse áreas e regiões distintas, mantendo o engajamento dos times locais e o foco em eficiência.

Solução aplicada

A empresa estruturou uma estratégia global de inovação de processos com três frentes principais:

  1. Criação de Centros de Excelência (CoEs) focados em processos críticos, com times multidisciplinares responsáveis por mapear fluxos, identificar oportunidades e apoiar a implementação de boas práticas em diferentes países;
  2. Digitalização de processos com uso de plataformas de gestão integradas, permitindo que dados fluíssem de forma padronizada entre unidades, fornecedores e parceiros logísticos;
  3. Implantação de tecnologias de automação e analytics, integradas a iniciativas locais, respeitando as necessidades regionais sem abrir mão da padronização global.

Além disso, a Nestlé adotou uma abordagem colaborativa, envolvendo líderes e colaboradores na definição das melhorias e promovendo programas internos de capacitação contínua em inovação e tecnologia.

Resultados

  • Redução de custos logísticos em até 15% em mercados com processos otimizados;
  • Melhoria nos tempos de resposta e planejamento de produção, com base em previsões mais precisas;
  • Aumento da rastreabilidade e controle de qualidade em todas as etapas do processo;
  • Adoção consistente de melhores práticas entre unidades, com ganhos em agilidade e confiabilidade operacional.

Lições aprendidas

O caso da Nestlé reforça que inovação de processos em ambientes complexos exige método, liderança e colaboração global. Não se trata apenas de tecnologia, mas de criar uma cultura orientada à melhoria contínua, onde a inovação se espalha de forma estruturada.

Outro ponto importante é o papel das plataformas digitais na uniformização da gestão de processos, possibilitando ganhos de escala e visibilidade sem sufocar a autonomia local.

Conclusão: aprender com quem faz — e aplicar com estratégia

Ao longo deste artigo, exploramos como empresas de diferentes portes e setores conseguiram inovar seus processos com resultados tangíveis. Embraer, Magazine Luiza, Unilever, Nubank e Nestlé mostraram que a inovação de processos é muito mais do que adotar tecnologias de ponta: trata-se de entender os desafios reais, redesenhar rotinas com propósito e implementar soluções sustentáveis, colaborativas e baseadas em dados.

Apesar de contextos diferentes, esses casos têm elementos em comum:

  • Clareza de objetivos: cada empresa sabia exatamente o que queria transformar — seja melhorar a experiência do cliente, aumentar a eficiência ou reduzir impactos ambientais.
  • Adoção estratégica de tecnologia: as ferramentas foram escolhidas com base em suas aplicações práticas, e não por modismo.
  • Engajamento das pessoas: colaboradores participaram ativamente da inovação, o que garantiu maior aderência e sustentabilidade das mudanças.
  • Cultura de melhoria contínua: inovação não foi um evento, mas um processo constante de teste, aprendizado e evolução.

Esses aprendizados podem — e devem — ser adaptados a qualquer organização. Mesmo empresas menores ou em estágio inicial de digitalização podem aplicar os princípios e práticas apresentados aqui para começar sua jornada de inovação de processos.

É nesse ponto que entra o papel da Quiker.

Como a Quiker apoia a inovação de processos com estrutura e escala

A Quiker é uma plataforma de gestão da inovação criada para transformar a maneira como empresas identificam oportunidades, desenvolvem soluções e acompanham os resultados de seus processos inovadores.

Com a Quiker, sua empresa pode:

  • Mapear processos e identificar gargalos com mais clareza;
  • Engajar equipes em ciclos de melhoria contínua;
  • Priorizar iniciativas com base em dados e critérios objetivos;
  • Acompanhar indicadores em tempo real com dashboards personalizáveis;
  • Escalar boas práticas entre áreas e unidades com rapidez e segurança.

Assim como as grandes empresas citadas neste artigo, sua organização também pode inovar com consistência — e a Quiker oferece o suporte necessário para tornar isso possível, com simplicidade, colaboração e foco em resultados reais.