Precisamos de uma explicação para o que está acontecendo e acabamos construindo nossas próprias respostas, cada um com a sua realidade, necessidade e dentro de suas condições. Enxergamos aquilo que estamos preparados para ver. O fato é que estamos encarando nossos demônios e enfrentando todas nossas fraquezas de uma só vez.
Estamos assistindo o “mal” aproximar-se em câmera lenta, imersos em um filme de terror sem fim, o mundo desmorona através de posts, enquanto nossos dedos buscam mais informações através de incessantes cliques. Vejo pessoas com suas cabeças baixas olhando para os celulares afundando-se cada vez mais no noticiário sombrio.
Por ser quem eu sou, acabo me apegando à visão do mundo depois deste evento, tento projetar cenários, planejar e preparar. Será que estou no caminho certo? Me faço a pergunta logo depois destes exercícios de projeção, enquanto tento responder a pergunta: qual é a próxima coisa que devo fazer agora?
Eu sei que pensar no futuro é a minha maneira de lidar com isso, é meu mecanismo de autodefesa, tento me livrar de tudo o que me incomoda no presente, os medos, as aflições, a sensação de impotência e me agarro em uma visão de transformação econômica e social global, me prendo à uma imagem de mundo hipotético, no qual com a ajuda da tecnologia, as estruturas sociais (empresas, instituições, comunidades, países) serão rearranjadas de uma forma paradoxalmente mais humana.
Neste momento, acreditando em meus deleites, sigo trabalhando para torná-los realidade, coloco toda minha energia em tornar minha próxima ação mais efetiva do que a anterior, esperando que a sequência de algumas destas me torne um agente ativo na construção deste novo mundo.
Reflita sobre as respostas que vem escolhendo para entender este momento, pois elas estão influenciando diretamente suas decisões, e as somas destas escolhas tem papel fundamental no resultado da sua vida.
Enxergamos aquilo que estamos preparados para ver. E se eu enxergo aquilo que estou preparado para ver, o que estou vendo diz muito de mim.
Espero que essa experiência não seja em vão e que, enquanto indivíduo e sociedade, possamos extrair os elementos necessários para que este evento seja reconhecido no futuro como um ponto de inflexão no nosso desenvolvimento.
Eu acredito nesta década. Em 2030 quero relembrar de tudo o que passamos hoje e conseguir enxergar um sentido ainda mais positivo do que enxergo agora.
Deixe um comentário